Levei 17 anos pra perceber que nossas certezas podem estar erradas.
Tive vários relacionamentos ao longo desses 17 anos.
Mas só alguns foram mais profundos e intensos pra mim.
Eu mergulhei. Me entreguei. Do jeito que ninguém jamais se entregou.
Ou talvez não.
Pois a medida que ia pensando sobre minhas relações, pensei, qual
era minha responsabilidade nesse fracasso?
E como fazer para evitá-los.
Aos 26/27 anos, não lembro bem qual idade foi, entrei em contato com uma "teoria" de Nietzsche. A lei do eterno retorno. Onde você vive infinitamente como num looping as mesmas situações. segundo Nietzche, você está preso nesse eterno retorno pelas escolhas que acredita que fez. O que você
acredita é o que você verá. E sempre continuará vendo, segundo a Lei do Eterno
Retorno.
Depois entrei em contato com outra teoria: você atrai aquilo que você é.
Depois passei a ter compaixão de mim, a me perdoar pelo "fracasso" dessas relações.
Mas só consegui isso porque entrei em contato com algumas filosofias espirituais, ao qual podemos evoluir deixando de ser quem éramos pra sermos individuos melhores e por fim compartilhar nossa maneira de viver e ser com pessoas no mesmo "nivel espiritual" ou na mesma busca que nós.
Eu desejei certas coisas. Essas coisas vieram. Eu mudei. Elas tiveram que ir embora. Sofri.
Por que foram embora?
Porque não posso querer que fique quem mudou.
As pessoas tem vibrações diferentes.
Quem foi embora pode ter ido por outro motivo.
Elas mudaram.
Se nossos caminhos se cruzarem, vai ser bom como se fosse um primeiro encontro.
Como objeto do desejo que transmuta e muda tive sair de suas vidas. E eles temporariamente da minha vida. Afinal, vez ou outra, eles voltam.
Por que voltam?
Porque pensam qual caminho teria sido se tivessem ficado.
Ou talvez pode ser outra resposta. Mas o que teria acontecido se tivessem ficado?
Ora, dificil prever.
Cada escolha leva por um caminho e voltar algumas pegadas na tentativa de
tomar outro caminho e ver quais caminhos ele levariam é quase impossível. É pra frente que se anda.
Não dá pra reviver o que passou.
Mas se pode continuar caminhando e fazer outro caminho.
Ah, e não posso esquecer que tinha um caminho a seguir e estava fiel a ele.
No inicio do texto, escolhi a palavra fracasso pra causar impacto mesmo.
E nessa busca de encontrar respostas pelos "fracassos" acho que finalmente encontrei ligação e resposta.
Não adianta se culpar por algo que não deu certo.
Nem adianta olhar pros olhos do passado e fantasiar entre o que lembramos do que realmente fizemos,
do que deveriamos ter feito e o que foi construido com o que sobrou da nossa memória. A memoria é seletiva.
Ela só fica com o parte que lhe convém.
Isso vale tanto pro mal ou quanto pro bem.
Com o que já habituamos a nos ver.
O outro pode ter outra visão desse passado "perfeito".
Pode ser uma visão pior que a sua.
Pode ser uma visão melhor que a sua.
Pode ser uma visão igual a sua.
Então, o que devemos fazer? Esquecer.
E começar de novo.
"Mas era ainda jovem demais para saber que a memória do coração elimina as
más lembranças e enaltece as boas e que graças a esse artifício conseguimos suportar o passado."
-Gabriel Garcia Marquez-