sexta-feira, 5 de abril de 2024

O Instagram ferrou a nossa vida?

Dias desses enquanto estava comendo algo percebi que estava rolando o feed do instagram. 

Pensei: o vicio ta tão grande que não consigo mas nem comer sem esta rede social?

Em uma parte da vida, ouvi que o ambiente não influencia a pessoa. Quando ouvi a primeira vez, discordei, mas não tinha argumento pra sustentar minha visão. Defendemos o nosso ponto de vista e esquecemos que é uma visão limitada. Pelo vicio de algo vamos defender ferrenhamente algo do nosso desejo.

A ciência tem provas dos efeitos de estar condicionado ao ambiente e como afeta nosso comportamento.

Nossos valores se modificam e podemos estar mais ou menos ansiosos. O que me assusta é ouvir as pessoas dizerem: eu sou ansioso. Vê-se como algo permanente ao invés de um estado transitório em que podemos sair dessa condição.

Existem exceções? Existe, mas a exceção não é a regra.

O ambiente pode nos aprisionar e em algum momento consideramos aquilo uma realidade. Pra mim, é um recorte de tantas coisas. 

Quem interpreta do outro lado, interpreta o que? Interpreta o que queremos dizer? Interpreta o que convém?

Ficamos refém de curtidas? Comentários? Compartilhamentos? De estalqueadas?

Pra alguns é uma ferramenta comercial, ser refém de curtidas e comentários faz parte pra que a postagem de um empreendimento alcance outras pessoas. Se o instagram não é comercial, posso me pegar frustrada dentro de expectativas. 

Estamos fazendo algo pra que os outros gostem. Nesse exato momento, até eu estou escrevendo desse texto, pra alguma pessoa que goste ao mesmo tempo que tento gerar algum dialogo com alguém que queira.

Dias desses descobri que curtida é flerte em story. Pra ser flerte, precisa de muito mais que um curtida. Pra mim, é um sinal que a pessoa achou legal o que postei assim como também acho além de ajudar a engajar se for perfil comercial.

Somos seres sociais. Redes Sociais são um grande recorte. Vai ter gente que vai interpretar em função do recorte.

Mas se você chegou até aqui: o importante não é viver em função de recortes, mas se existe prazer real em viver aquilo.

Estamos vivendo de verdade ou apenas rolando o feed?

com carinho

Nara

Doutora em Artes Ocultas e Ciencias Apagadas

terça-feira, 26 de março de 2024

QUANTO A GENTE BRINCA, A GENTE RELAXA

 Quando a gente brinca, a gente relaxa.

Tô falando do brincar que todos brincam, ninguém se machuca e brinca quem quer.

Tem gente que anda tão sério pela vida que vê a brincadeira como uma besteira ou algo sem utilidade.

Se eu não me vigiar, eu vacilo e deixo de brincar e jogar. fico com a cara fechada e já perguntam se eu tô bem ou estressada.

Brincar é abertura. quem traz o brincar como parte da vida traz o peito aberto.

A brincadeira faz parte do relacionar-se. tem gente que entra na brincadeira e tem quem não. e tá tudo bem. 

Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.

Mas que brincar é bom, isso é.


com carinho,

Nara

sábado, 20 de janeiro de 2024

O olhar é uma forma de encontro entre duas pessoas

 

O olhar é uma forma de encontro entre duas pessoas.

Quando meu olhar cruza com o de outra pessoa há presença,

Mas pode existir muito mais.

Curiosidade, desejo ou só presença?

Ou os três?

Dizem que há olhares maliciosos, de maldades.

Olhares que desviam, não sustentam.

Já vi olhares que me despiram. Olhares penetrantes, desconfortáveis. Olhares desconfiados.

Esses não me interessam.

Desvio.

Se o olhar é interessante e vem de encontro ao meu, sustento.

O olhar é um dialogo.

Mas o que ele quer dizer?

Por que fogem?

Provoca minha alma assim e foge?

Olhe como queira descobrir algo

porque há muito o que descobrir.

por Nara Porto

quarta-feira, 5 de julho de 2023

Crônica: Teu Corpo.

Aquela noite que passei contigo foi a melhor de todas. Me olhou nos olhos com amor e de alguma forma você percebeu. Você sentiu.

Teu sorriso encantador e teu olhar profundo, me fazendo esquecer de tudo ao meu redor. Problemas? Se um dia existiram, seus braços levaram todos.

Então, me chamou pra dançar e dançamos meu corpo colado no teu e teu corpo colado no meu.

Um momento de plenitude e felicidade compartilhada.


sábado, 1 de julho de 2023

Como troquei meu amigo por uma cerveja

 Perdão, talvez eu não lembre dessa história como deveria. Então, vou ser breve. Já diz o ditado quem bate esquece, mas quem apanha nunca.

O protagonista dessa história é um amigo de longa data, 10 anos de amizade, mas na época nossa amizade tinha menos que isso. Ele sempre aprontava comigo,  às vezes só ele aprontava e a gente sempre aprontava junto. Mas na maioria das vezes ele parecia um saci. Pois bem, saíamos da aula de teatro e aí ele ficava naquela:-Vamo praonde depois daqui? -Vamo lá pro centro, disse ele.

O point era um ilibado bar. E aí dependendo com quem estavamos,  dançávamos na rua, fazíamos pole dance no poste, simulávamos casos de amor, colocavamos comida dentro da bebida dos outros ou trocavamos os amigos por uma cerveja. Correção: éramos dois sacis.

Fazia tempo que eu queria uma oportunidade de dar o troco e aí ela apareceu. Na mesa ao lado da nossa, havia um rapaz que estava interessado no meu amigo, mas que tinha vergonha. E eu: incentivei. Num momento de ausência desse meu amigo, o rapaz se ofereceu pra pagar a cerveja.  Como tinha sede e não era meu corpo que estava à venda, aceitei a oferta. Mas tudo isso aconteceu enquanto meu amigo foi à banheiro. 

Como o rapaz era tímido pra chegar pessoalmente e graças a Deus que ele era, anotei o número do meu amigo num papel. Adoro essa sensação do perigo  e quase morte. Quando ele voltou do banheiro, a tensão tomou de conta da mesa. O que ele faria se descobrisse que havia sido "vendido" por uma cerveja? Meu próximo desejo era sair dali e ir o mais rápido pra casa. 

Não sei quem puxou o coro de ir embora, mas por dentro os anjos cantaram no meu coração. Pagamos a conta e fomos direto ao ponto de ônibus. Eu sentindo que a partir do momento que saímos do bar, a qualquer hora o rapaz ligaria e a mentira seria descoberta, então completei o plano: assim que entrei no ônibus desliguei meu celular pra não ouvir os piores xingamentos da minha vida. Lembro que nesse dia, ainda tirei uma foto dele pra guardar de recordação minutos antes de subir no ônibus, embora eu não lembre onde ela está.

(Continua...)

terça-feira, 27 de junho de 2023

Não temos paciência [trecho de livro]

"Trungpa Rimpoche disse certa vez que não temos paciencia para aguentar sentimentos desconfortáveis nem por 3 minutos." Passamos grande parte do tempo numa gaiola criada por nosso medo do desconforto. Talvez você tenha uma ideia fixa sobre o que está sentindo, seja apreensão, raiva ou decepção. Mas quando se permite ficar presente com o sentimento e o vivencia de modo direto, descobre que não consegue determiná-lo tão facilmente. Aquela apreensão ou raiva continua se metamorfoseando e mudando. Há uma terceira via, que é a de nos treinar para sentir o que sentimos. Quando resistimos ou tentamos escapar daquilo que é, geralmente ocorre algum tipo de sinal fisico - um aperto ou contração em algum lugar do corpo. Quando notar isso, mantenha por um instante, o tempo suficiente para que o sistema nervoso comece a se acostuma com ele. Tudo que vemos, ouvimos, cheiramos, tocamos e pensamos está em constante mudanção. Nem mesmo nossas emoções mais pesadas, mais desagradáveis, tem solidez. Se interrompemos nossos sentimentos desagradáveis sem consciencia ou curiosidade, se sempre mascarados ou tentamos afugentar nossa vulnerabilidade, o resltado serão vicios variados. Dali sairá agressividade e violência contra os outros - todas as coisas feias. Por outro lado, se conseguimos ir além e simplesmente sentirmos a qualidade nua e crua da nossa vulnerabilidade, entraremos num espaço onde o melhor de nós irá se revelar. Temos um potencial, no entanto nos fechamos baseado no desejo de evitar o desagradável, o doloroso, o inseguro, o imprevisivel. Como dizia Trungpa Rimpoche: existe sons que você nunca ouviu, odores que nunca sentiu, imagens que nunca viu, pensamentos que nunca teve. O mundo é espantosamente cheio de potencial para uma abertura cada vez maior, para ser experimentado de modo sempre mais amplo." PEMA CHODRON, Acolher o indesejável: uma vida plena num mundo abatido, Ed. Gryphus.

É Amor

É amor no alvo Tocando Curando Conectando-me com o meu coração, com o teu coração. por Nara Porto

quinta-feira, 17 de março de 2022

Há tempos que não desejo dominar

Há tempos que não desejo ser dominada

Não acredito que uma relação se faz assim.

Esse não dialogo mata

Nunca gostei desse lugar

Quem ganha quando um fala e outro escolhe silenciar?

Teu silencio te cala?

Estudar o passo?

Planejar.

Um passo em falso?

Brincar.

Que poder atribuímos ao amor?

Que poder algumas pessoas acham que tem de alimentar estruturas que mais perturbam do que confortam?

Pra encontrar nosso lugar

Ser rio

Desaguar


terça-feira, 19 de outubro de 2021

Tô 50% cansada e meus outros 50% tão se fazendo de doida.

 

“O poder requer corpos tristes. A alegria é resistência porque ela não se rende.”

Tô 50% cansada e meus outros 50% tão se fazendo de doida.

É assim que a gente vai suportando as coisas, sabe?

Eu já tinha uma relação complicada com as telas, mas nessa pandemia, as ausências e as cobranças tornaram algumas coisas insuportáveis. O preço da vida adulta. Não tem quem aguente. E aí gente segue nesse pandemônio de gente que também tá no mesmo barco. Ou talvez não.

E é sentindo isso, é falando sobre isso que a gente começa a olhar diferente. A gente entende algumas decisões. Ás vezes quero tacar um pouco mais de fogo no circo (coitado do palhaço) pra dar aquele choque e outros colegas fazem o mesmo pra vê se o outro se toca da incoerência do próprio discurso aplicado a prática.

É o momento de recalcular a rota, fazer coisas diferentes do que se está acostumado a fazer pra ressuscitar esse lado cansado. Demora tempo pra voltar aos trilhos. Ainda bem que não tô sozinha.

Presença, proximidade e afeto é tudo o que precisamos em meio a insanidade.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

#aforismo

 Escrever sem paixão

é imperdoável.

#aforismo

 falou que queria me ver

mas não conseguiu me tirar de casa.

te liga nos teus papos.

#aforismo

 E essa mania 

de querer adivinhar o que se passa no coração do outro?

Perguntar

Dialogar

Será sempre a melhor opção.

#Quem pode ver o que se passa no coração do outro?

 Quando eu passei por aquela porta, você me devorou com os olhos.

Por
várias
vezes.
Eu não vi.
Disseram que era golpe
e caía quem quer.
Não era.
Quem pode ver
o que se passa no coração do outro?
Eu mal sabia
o que se passava no meu.
Por
várias
vezes.

texto: Nara Porto

Todo mundo é tóxico

 Todo mundo é toxico

em algum nível,

ou não temos vontade de ver

ou não temos capacidade de ver

o impacto que causamos

e agir de outra maneira.

texto: Nara Porto

#Toda conta tem um preço.

 Fingir que não se importa é mais fácil.

Ajuda.

Por um tempo.

Toda conta tem um preço

E o preço que paguei

Foi em um dia

Ter virado represa

que arrebentou.


texto: Nara Porto (01022021)

Indiferença era uma coisa que doía, mas eu agia da mesma forma. Como podia doer em mim e ainda sim fazer o mesmo com o outro?

 Ouroboros.

A cobra que engole o próprio rabo.

Indiferença era uma coisa que doía, mas eu agia da mesma forma. Como podia doer em mim e ainda sim fazer o mesmo com o outro?

Conversas não me atraiam
Eu sempre tinha algo mais importante pra fazer e lá estava eu matando as possibilidades de se envolver com gente.

Uma mulher maravilha com seu laço da verdade e seu escudo, mas quem muito se protege, evita que algo chegue.

Não valeria a pena.
Ninguém valia a pena.

Era assim que via os outros e sentia que eles agiam da mesma forma.

E lá estava eu voltando pro mesmo ponto.

Ensaiando a minha própria cegueira.

texto: Nara Porto

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

PROVOCAÇÕES


É urgente um barco no mar, é urgente o amor, mas é urgente saber esperar.

Esse vídeo é pra você meu aluno ou ex aluno que vai se identificar com o que vou dizer.

Quando se é mais jovem você tem uma certa pressa de viver e também de questionar.  No afã das suas descobertas você se apega com certezas temporárias achando que são eternas. Já me apeguei com ideias que me sinto feliz em ter me livrado delas.

Quando estamos na formação do nosso pensamento podemos ser bombardeado por uma série de pensamentos e isso pode ser incomodo, angustiante...

Seria tão bom se a vida viesse com manual? Mas ela não vem.

A gente dá a cara pra bater, dói. Não sei de onde vai tirar suas forças pra dar o outro lado pra bater, mas você vai precisar.

Sempre que entro em sala, alguns alunos me chamam mais atenção do que outros, não porque são melhores que os outros, mas porque quando olho pra eles me vejo em fragmentos.

Tanto das coisas boas quanto as que nem tanto.

No tipo de musica que escutam, no jeito de falar, como se comportam, no que pensam e chegam até compartilhar em voz alta e essa voz alta que dói em mim. As vezes me vem um pensamento de dizer assim: -EI, cuidado com esse pensamento. Eu já passei por ai, isso é uma corda bamba.

Quando ficamos com certos pensamentos pra nós, a gente pode flertar tanto com a luz quanto com a sombra e tanto um quanto o outro pode ser remédio quanto veneno porque o que diferencia o remédio do veneno é a dose.

E tendo uma adolescência ou inicio de vida adulta “conturbada”. Apesar de ser calada e visualmente na forma de se vestir parecer um pouco reprimida, os pensamentos gritavam. E o que fazer quando você olha ao redor e parece que ninguém ao redor vai entender o que você ta sentindo?

Parece que as pessoas não gostam de compartilhar sobre isso. Num mundo de “coachs”/especialistas, de repente todo mundo arrota certezas do que é melhor pra você. É preciso habilidade em selecionar as palavras, falar a coisa que você quer que o outro entenda e não o que ele vai selecionar no que você ta dizendo.

Eu não sei se devo ser preconceituosa quanto a idade pq quando não se tem maturidade. E o que é maturidade? Quando não se tem maturidade quanto a certos assuntos você fica receoso quanto a dose. É demais? É de menos?  Eu ainda to aprendendo sobre isso, mas por ora achei importante compartilhar essas palavras.

No mais, vá encontrando ferramentas: ler livros que possam te ajudar nesses pensamentos, ter uma atividade física, seja dançar, um esporte, yoga; fazer terapia ou terapias; conversar e se aproximar de pessoas e profissionais que possam ser um ponte nessa travessia conturbada que é viver.

Precisamos falar sobre dores, precisamos fazer algo prático e positivo quanto a isso e coisas que precisaremos por toda uma vida : uma rede de apoio(amigos, profissionais, família), autoconhecimento seja através de leituras, atividade física, terapias não porque somos fracos mas porque somos humanos.